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26/07/2002
História do DeLorean
Um carro inovador em aço inoxidável.
 
   
 

Um carro com carroceria feita em aço inoxidável foi fabricado na Irlanda do Norte, em Dunmurray, a 10 quilômetros do centro de Belfast, a capital. Lá, de 1981 ao final de 1982, funcionou a DeLorean Motor Company (DMC).

Foi fundada em 1973, em plena crise mundial do petróleo, mas seus automóveis só ganharam as ruas no começo da década de 80. Seu fundador John Zachary DeLorean, bem-sucedido executivo da General Motors, fez uma carreira brilhante na Packard, no início dos anos 50, e depois no grupo GM, onde ingressou com apenas 24 anos de idade. Na divisão Pontiac, chegou a engenheiro-chefe, e na Chevrolet, diretor-geral. Na Pontiac criou e desenvolveu o projeto dos famosos GTO e, mais tarde, a linha Grand Prix. Chegou à vice-presidência da GM.

Mas John DeLorean não estava contente, apesar do gordo salário anual de 650 mil dólares. Ele queria mais, tinha um sonho: ter sua fábrica de automóveis e até ensinar a GM como se faz um carro.

A idéia do novo carro-esporte, com carroceria em aço escovado, foi brilhante. Chamava-se DMC-12. O desenho era inovador, mas empregava soluções de carros do passado. As portas em asa-de-gaivota eram baseadas nas do Mercedes-Benz 300 SL. O vigia traseiro em persianas já tinha sido adotado no Lamborghini Miura e no Lancia Stratos, só para citar os mais famosos.

O responsável pelo projeto foi o famoso Giorgio Giugiaro, que já tinha realizado obras de arte como o Miura, o De Tomaso Mangusta, o Maserati Ghibli, o Fiat Dino e o Lotus Esprit. Reunia soluções como a carroceria em aço escovado, chassi Lotus em Y e motor PRV (Peugeot-Renault-Volvo) com seis cilindros em V e 2,8 litros, que em princípio seria adotado na posição central mas depois, por problemas técnicos, ficou alojado atrás do eixo traseiro, com câmbio do Renault Alpine A 310. Além de muito bom, o carro era relativamente fácil de manter, graças a peças comuns a vários modelos do mercado europeu, encontradas sem problemas até hoje.

John DeLorean queria um carro para durar de 20 a 25 anos e que não ficasse obsoleto em pouco tempo. No primeiro protótipo foi utilizado um motor do Citroën CX, de dois litros e 102 cv. Mostrou-se antiquado e fraco para as características do esportivo. O carro deveria ser leve, mas a realidade era outra.

O motor PRV se mostrou mais adequado. Era um ótimo propulsor, equilibrado, robusto e moderno, mas não chegava a entusiasmar no DMC-12. Tinha um desempenho modesto se comparado a seus concorrentes. John DeLorean visava aos compradores de Corvette nos EUA, seu mercado de ataque, mas seu carro não andava muito mais que um Mustang V8, de desempenho inferior ao esportivo da Chevrolet. O carro de aço fazia de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e chegava a quase 200 km/h.

Com 65% do peso na traseira, o comportamento do carro era bom e não era difícil de ser dirigido. Mas o motor traseiro, apesar do sucesso dos Porsche 911 nos EUA, não agradava muito aos americanos pela má fama deixada pelo Chevrolet Corvair.

Quando o carro começou a ser vendido, a publicidade dizia "DeLorean - Viva o sonho". A nova atração na indústria automobilística chamava a atenção. Era um carro bonito, com quatro faróis retangulares na dianteira, grade com frisos pretos horizontais e logotipo DMC ao centro. Visto de lado era notável seu perfil baixo, com dois vidros laterais separados por uma pequena grade preta vertical. As rodas raiadas tinham um desenho simples e discreto.

Na traseira, grandes lanternas em segmentos quadriculados. Ao centro, um painel preto e, acima na tampa traseira, um discreto aerofólio e a vigia em forma de persianas. Quando abertas as portas, capô e porta-malas, impressionava muito.

O revestimento dos bancos, forrações e volante era todo em couro. Trazia toca-fitas, ar-condicionado, vidros verdes, painel com boa instrumentação -- enfim, tudo que um carro de luxo da época podia oferecer. Mas era um carro caro face à concorrência, por ter características exclusivas.

Alguns donos cansaram-se da única cor oferecida e pintaram por conta própria seus carros. Foram fabricados 7.400 modelos em 1981 e, até o fechamento da fábrica no final de 1982, outras 1.800 unidades. Os estudos de mercado não foram bem feitos e os carros encalharam nas concessionárias.

Mas marcou por ter um estilo próprio, soluções de estilo interessantes, mesmo que não fossem originais, e causou certo furor. Hoje são bem procurados por colecionadores e valem cerca de 30.000 dólares se bem conservados. Não têm problemas de ferrugem...

Há muita controvérsia sobre o fechamento da fábrica fundada por John DeLorean. Ele fez vários acordos com o governo britânico, prometendo inclusive reduzir os problemas sociais da Irlanda. Envolvimento com drogas para saldar dividas, pressão de grandes fábricas e outros fatores, que nunca ficaram claros e muito menos provados, causaram o fim deste automóvel único.

Seu idealizador, hoje com pouco mais de 70 anos, foi considerado um dos maiores aventureiros da história do automóvel.


No Cinema

O DeLorean DMC-12 era a máquina do tempo na trilogia De Volta para o Futuro (Back to the Future), filmes que fizeram enorme sucesso. Esta sem dúvida foi sua maior propaganda. Ficou conhecido nos quatro cantos do mundo e por pessoas de todas as idades que gostam de ficção científica.

O carro fez a platéia vibrar no primeiro filme e nas duas continuações, estrelados por Michael J. Fox e Christopher Lloyd. Tinha acessórios pouco ortodoxos que faziam dele um laboratório ambulante. Incontáveis fios e canos na parte externa e, na traseira, algo como dois propulsores a jato davam o toque futurista.


Ficha técnica básica

MOTOR - longitudinal traseiro; 6 cilindros em V; 2 válvulas por cilindro. Cilindrada: 2.850 cm3. Taxa de compressão: 8,8:1. Injeção de combustível Bosch K-Jetronic. Potência máxima: 141 cv.

CÂMBIO - manual, 5 marchas, ou automático, 3 marchas; tração traseira.

RODAS - dianteiras, 14 x 6 pol; traseiras, 15 x 8 pol.

DIMENSÕES - comprimento, 4,267 m; altura, 1,140 m; peso, 1.233 kg; porta-malas, 400 l.

DESEMPENHO - velocidade máxima, cerca de 200 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 9,5 s.

Para maiores informações: www.delorean.org

 

 

 

 

 

 

 

 
   
 
   
 
   

 
 

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